23 de setembro de 2008

Morrer de tristeza...


O Black era um cão sénior que estava no canil desde o início deste mês. Via-se que teve um dono, tinha coleira, era extremamente meigo e carente. Foi largado como uma coisa que já não serve para nada porque certamente já não era um bom guarda, porque já estava lento, porque estava certamente a precisar de mais cuidados médicos, porque já não via tão bem, porque enfim envelheceu como todos os seres envelhecem. Este pequenino desistiu de viver durante esta noite :( De dia para dia notava-se a sua tristeza a aumentar e a sua vontade de viver a diminuir. Ontem tínhamos arranjado uma dona para lhe proporcionar um bom fim de vida. É muito cruel e injusto ver animais serem largados no fim da vida, após uma existência de dedicação ao dono, na altura em que eles mais precisam de carinho e cuidados... Espero que quem largou este pequeno não tenha a mesma sorte e não seja também um dia largado! Desejo-lhe melhor sorte para que quando for velho os seus familiares e amigos não achem que já não serve para grande coisa. Desejo ainda que não morra num sitio estranho, sem ninguém conhecido, sentindo medo e solidão... porque foi isto que o seu companheiro de uma vida sentiu nos seus últimos dias de vida!
Descansa pequenino agora longe da maldade humana. Nunca te vou esquecer, a tua doçura e olhar terno ficarão comigo para sempre. Vemos-nos no céu dos cães! Desculpa não te ter conseguido proporcionar um fim de vida digno...

2 comentários:

Silvia - a futura mama disse...

É triste mas é verdade. Quando ainda são cachorros desdobrem-se em atenções, mas quando a velhice começa a dar os seus primeiros sinais é assim que o ser humano reage. Costuma-se dizer que cá se fazem cá se pagam.
Descansa em paz pequenote.

SB disse...

É incrível como existem pessoas tão cruéis capazes de abandonar quem sempre lhes deu amor e sempre lhes foi fiel e leal.

Perdi a minha menina nas minhas mãoe, quase 12 anos depois de a ter a meu lado, para uma massa tumoral cruel e agressiva que lhe apareceu a 1 cm do coração (de resto, não tinha nada, foi apenas aquele monstro, aquele tumor, que a impediu de continuar a nosso lado).

Senti o coraçãozinho dela a parar nas minhas mãos e infelizmente ainda são sobretudo esses momentos de dor e de agonia que me vêm à memória, me tiram o sono e tornam impossível conter as lágrimas, quando sei deveriam ser os anos de alegria que deveria lembrar. Vi-a partir no dia 3 de Setembro, vi-a olhar-me nos olhos e chorar como se fosse uma pessoa, como se sentisse que nos íamos separar fisicamente.

Fiz-lhe festinhas e disse tudo o que ela gostava de ouvir naquele momento da partida. Sofro com isso a cada dia e magoa-me profundamente o facto de certas pessoas não terem consideração nem respeito pelos únicos seres que nos dão tudo sem pedirem quase nada em troca...

Espero que este pequenino a quem os donos terão virado as costas possa encontrar paz.

Se exisitir o famoso céu dos cães que José Jorge Letria refere no seu livro "Amados Cães" (e todos nós, amantes de animais, gostaríamos que efectivamente assim fosse), espero que este pequenote encontre realmente a alegria e a paz que tanto merece.

Talvez a mniha menina, a quem também chamo de "minha estrelinha" desde o fatídico dia em que a vi partir, esteja a seu lado, juntamente com todos os outros meninos e meninas, agora longe de toda a tristeza e sofrimento.

A minha menina era efectivamente parecida com este pequenote, pelo menos na pelagem e no tamanho. Simplesmente era dourada, com um pelonho lindo que brilhava sempre que o sol incidia sobre o seu lombo.

Talvez se dêem bem no tão por nós desejado "céu dos cães".

Um grande bem-haja a todos os que ajudam e que se preocupam!